Por eu ser contra religião e debater ela, me identifico como um neo-ateu.Lux in Tenebris:
Em outro tópico, foi afirmado da parte de um forista, que a militancia ateista (neo-ateista), usa de argumentos lógicos.
Criei este tópico para que esses argumentos sejam apresentados.
Sobre a pergunta, depende do campo que ela é inserida!
Sobre a descrença - É resposta é completamente sim. Primeiro, que crença, não é necessário provas de nada, pois é apenas a posição epistemológica do que se não conhece, que pode ser influenciada por "n" fatores, diferente do conhecimento. Segundo, que ainda que levem a conclusões falsas, o quadro lógico pode ser consistente. Um raciocínio lógico pode estar completamente correto na lógica epistêmica, e não estar correto na lógica paraconsistente. Neste caso, o estudo da lógica não é mais o suficiente, mas sim a teologia do contexto, a semântica do idioma da religião referida e a filosofia. Um conjunto de fatos, podem sim levar a descrença do individuo a algo, mesmo sem provas da conclusão!
Sobre a alegação da inexistência de Deus - Não! Isso é anti-empírico e anti-científico, e não é possível defender tal afirmação!
Sobre a alegação da inexistência de um Deus específico - Sim, os argumentos são logicamente consistente, pois aqui entra o campo da semântica, que é falseável! Eu posso provar que uma definição de X deus não existe, partindo para a própria definição. É neste ponto que fico com raiva de religiosos desonestos, pois tentam usar malabarismo filosófico para ludibriar o interlocutor.
Ex:
- O universo teve princípio
- Todo princípio teve uma causa
- Essa causa chamamos de Deus
- Logo, Deus existe!
Parabéns religioso, se você usa este argumento! Você acabou de chamar Deus de gelatina!
Como? Simples! Você excluiu a personalidade do Deus (cristão) do debate na definição (provavelmente para fugir de algumas perguntas clichês de ateus vai, confessa!). Segundo esse argumento, "Deus" poderia nem sequer ter personalidade, vontade, raciocínio, memória, etc. Ele poderia simplesmente ser uma substância que gerou o universo (daí o exemplo da gelatina), sendo injustificado o termo "Deus". Neste raciocínio acima, aquilo que você estaria adorando, nada mais seria que algo inanimado, tornado judeus e cristãos, nada diferente dos povos que adoravam a água, o fogo, o sol, etc. Daí vai vir aquela velha ladainha, dizendo que algo complexo não pode surgir de algo menos complexo (automaticamente o religioso vai assumir que deus poderia ser criado por infinitos deuses) bla bla bla
Eis uma definição de Deus falseável
- Deus quer o seu bem
- Deus é onipotente
- Deus não quer o seu sofrimento
- Deus permite o sofrimento
- Deus não é sádico
- Deus trabalhará para o seu bem
Essa definição de Deus acima, eu posso afirmar que ela inexiste, pois fere o princípio da não-contradição. Se Deus é onipotente, ele pode acima de tudo, conseguir o seu bem.
- Mas deus permite o sofrimento para a humanidade evoluir!
- Só que tem uma maneira da humanidade evoluir sem sofrer.
- Como?
- Deus pode fazer isso sem a humanidade sofrer, pois ele é onipotente!
- Mas você não está entendendo, é justo que a humanidade passe por isso, por causa de Adão e Eva bla bla bla
- Tem outra maneira da humanidade não sofrer, e ainda sim evoluir
- Legal! Como?
- Deus pode pular o sofrimento, pois ele é onipotente!
- Você não está entendendo! Se os humanos não sofrerem, ficaram mimados, etc etc etc
- Tem uma maneira dos humanos não sofrerem, e não ficarem mimados.
- Ué? COMO?
DEUS É ONIPOTENTE PORR*(&¨&*¨(A!!!
Tirando o palavrão acima, esse diálogo realmente existiu. Antes que venha algum malabarista perguntando o conceito de mal, sofrimento, e onipotência, eis as definições que usei:
Onipotente = Pode tudo
Sofrimento = Conjunto de sistemas concretos e abstratos, ou parte deles, que causam depressão, prejuízos físicos e psicológicos, ao indivíduo, a sociedade ou a política.
Baseado na definição de Deus no início do parágrafo, e os conceitos de onipotência, sofrimento, podemos afirmar que tal definição de Deus não existe. Sendo necessária partir para outra definição para debater.
O engraçado, é que alguns cristãos, como saída, tentam reformular o conceito de mal, e a própria onipotência de Deus!